Cuidar da saúde do coração pode reduzir a chance de doenças cardiovasculares, que, muitas vezes, são associadas ao envelhecimento natural do corpo humano. No entanto, vale ressaltar que jovens e adultos também estão expostos a diversos fatores de risco ao longo da vida, especialmente, no que tange a vida pessoal e profissional.
Aqui você irá ler sobre:
1. Quais são as doenças cardiovasculares?
- Quais são as 4 doenças cardiovasculares que mais matam?
- Quais são as causas de doenças cardiovasculares?
- Como diagnosticar doenças cardiovasculares?
- Como fazer para melhorar a saúde do coração?
- Qual o melhor remédio para o coração?
Quais são as doenças cardiovasculares?
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), revelam que doenças cardiovasculares são a principal causa de morte ao redor do mundo, representando 31% das mortes à nível global. Desses óbitos, estima-se que 85% ocorreram devido a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
No entanto, existem pelo menos 18 tipos de doenças cardiovasculares categorizadas em 6 grupos diferentes:
- Doença Coronariana: doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco;
- Doença Cerebrovascular: doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro;
- Doença Arterial Periférica: doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores;
- Doença Cardíaca Reumática: danos ao músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
- Cardiopatia Congênita: malformações na estrutura do coração existentes desde o momento do nascimento;
- Trombose Venosa Profunda e Embolia Pulmonar: coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões.
Sintomas silenciosos
Outra característica das doenças cardiovasculares, é que muitas vezes elas progridem de forma silenciosa e assintomática, sem que a pessoa perceba qualquer mudança. Mas, atenção! Quando elas apresentam sintomas, como:
- Dores no peito;
- Alterações no ritmo cardíaco;
- Dificuldade de respirar;
- Desmaio ou inchaço nas pernas.
Não hesite em procurar atendimento médico imediato, pois muitas vezes esses sintomas configuram quadros urgentes.
Quais são as 4 doenças cardiovasculares que mais matam?
Afinal, quais são os piores tipos de doença cardiovascular? Dados do estudo Global Burden of Diseases (GBD) que envolve a participação de 10 mil pesquisadores brasileiros, revelam que cerca de 400 mil pessoas morreram em 2022 no Brasil por conta de problemas cardiovasculares. Entre eles:
- Hipertensão;
- Doença arterial coronária;
- Infarto no miocárdio;
- Acidente vascular cerebral (AVC).
Nesse cenário, duas doenças são responsáveis pela grande maioria (76%) dos óbitos, o infarto no miocárdio e as diferentes formas de acidente vascular cerebral (AVC). De modo geral, foram 170,5 mil óbitos por problema cardíaco e 138,4 mil por AVC.
No mundo todo, as mortes por doenças cardiovasculares têm aumentado devido ao envelhecimento da população, com a longevidade há um maior risco de doenças cardíacas. De acordo com o médico e epidemiologista, Paulo Lotufo da Universidade de São Paulo (USP) “Os números absolutos de morte crescem porque a população está aumentando e as pessoas estão vivendo mais”.
Quais são as causas de doenças cardiovasculares?
Reunindo dados de 2016, o mesmo estudo mostra que das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de 70 anos) naquele ano, 82% ocorreram em países de média e baixa renda e 37% dessas mortes foram causadas por doenças cardiovasculares.
Ou seja, mais de três quartos dessas mortes ocorrem em países como o Brasil. Esse é outro indicador importante, pois além dos fatores de risco naturais como envelhecimento, alimentação e atividade física, temos fatores causados por pressões externas, como: exposição ao estresse, baixa qualidade de sono, ansiedade, irritabilidade e exaustão.
Preocupação financeira, problemas familiares e mau relacionamento com trabalho também são cenários que podem causar estresse e sofrimento à medida que essas situações fogem da capacidade de suportá-las. Tudo isso, ressalta a importância da ampliação do acesso e atenção primária à saúde vascular, além da conscientização das pessoas da necessidade de um estilo de vida mais saudável.
Como diagnosticar doenças cardiovasculares?
O diagnóstico de doenças cardiovasculares envolve uma série de exames e avaliações clínicas. Inicialmente, o médico realiza um exame físico completo e analisa o histórico do paciente, incluindo fatores de risco como idade, estilo de vida, e histórico familiar. Testes como eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, exames de sangue e teste de esforço físico são comuns para verificar o funcionamento do coração.
Em casos mais específicos, podem ser solicitados exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, para uma avaliação detalhada das artérias e vasos sanguíneos. A identificação precoce é essencial para prevenir complicações graves.
Como fazer para melhorar a saúde do coração?
Mas, afinal, como evitar doenças cardiovasculares? Apesar de muitas delas terem origem genética, a maioria delas pode ser evitada, inclusive as de histórico familiar. Para isso, o primeiro passo é cultivar hábitos saudáveis, a cada batida temos uma nova chance de melhorar a saúde do nosso coração. Confira logo abaixo:
1. Adote uma alimentação saudável
Comer frutas, verduras e legumes diariamente diminui em 30% as chances de infarto. Isso porque cada alimento desempenha uma função em nosso corpo, por isso é tão importante prezar pela qualidade da alimentação com uma dieta mais balanceada. Deixar seu prato mais “colorido” é o caminho para o equilíbrio alimentar.
- Cereais, pães e raízes: esses alimentos são excelentes fontes de carboidratos, fornecem fibras e vitaminas do complexo B. No caso de pães, arroz e massa, dê preferência aos elaborados com farinhas integrais;
- Frutas, verduras e legumes: esses alimentos são ótimas fontes de vitaminas, sais minerais e fibras. Por possuírem baixo teor calórico, eles protegem e regulam o bom funcionamento do organismo. Assim, eles favorecem uma redução significativa na incidência de doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e diversos tipos de câncer;
- Leite e derivados: são alimentos que podem ser fontes de cálcio e proteínas. No entanto, alguns tipos acabam sendo mais gordurosos que outros. Dê preferência para leite desnatado ou leite de soja, assim como queijos sem gordura;
- Carnes, aves, peixes e ovos: esses alimentos são fontes de proteína, ferro e outros minerais. Eles ajudam na construção e reparação de tecidos do organismo. Mas, devem ser evitados os tipos mais gordurosos como bacon, salsicha, frios, carne de porco, entre outros;
- Óleos, doces e açúcar: esses alimentos são fonte de ácidos graxos essenciais, vitamina E e energia. Mas, por serem excessivamente calóricos, todos devem ser consumidos moderadamente. Opte por óleos de origem vegetal como óleo de soja, ou girassol. Doces também podem ser substituídos por frutas.
Pequenas quantidades de alimentos “proibidos” como Fast Food e comidas gordurosas, até podem ser consumidas de vez em quando, mas de maneira moderada e com muito cuidado à quantidade.
2. Beba bastante água
Manter-se bem hidratado pode reduzir riscos a longo prazo de insuficiência cardíaca, é o que revela um estudo publicado pelo Laboratório de Medicina Regenerativa Cardiovascular do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI). Nesse sentido, a hidratação também é algo fundamental para melhorar a circulação sanguínea.
Em geral, quando o corpo está bem hidratado, o sangue se torna menos viscoso (espesso) e mais fluido, facilitando o transporte de oxigênio e nutrientes para todas as partes do corpo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que adultos sob condições normais, bebam de 2,2 a 2,9 litros de água por dia.
3. Pratique atividades físicas
Praticar atividades físicas e exercícios de forma regular é uma forma de prevenir não só doenças cardiovasculares, mas também diversas outras condições. Tirar momentos para manter o corpo ativo, além de promover mais qualidade de vida, traz resultados positivos para o corpo e para mente. É como diz aquele ditado: “Corpo são, mente sã” do Latim. Logo abaixo, confira algumas atividades:
- Caminhada: esse é um exercício acessível e de baixo impacto que pode ser facilmente incorporado à rotina diária. Caminhar regularmente fortalece seu coração, melhora a circulação sanguínea e ajuda a regular a pressão arterial;
- Dança: Dançar pode ser uma forma de exercício aeróbico que melhora não só a saúde do coração, mas também o condicionamento físico e saúde mental sendo uma forma de aliviar estresse. Dançando você também desenvolve outras capacidades, como coordenação e equilíbrio;
- Pular corda: esse exercício é uma atividade de baixo impacto que contribui para melhoria da circulação, queimando calorias e favorecendo a atividade cardíaca podendo ser praticado em casa e ao ar livre em parques;
- Andar de bicicleta: seja ao ar livre, ou em bicicletas ergométricas, andar de bicicleta é um excelente exercício cardiovascular. Trata-se de um exercício de baixo impacto que reduz estresse nas articulações e melhora resistência do corpo ao cansaço por atividades físicas;
- Corrida e esteira: correr, assim como caminhar, também é uma atividade que proporciona benefícios significativos à saúde do coração. Ela aumenta a capacidade cardiovascular e melhora a resistência do corpo. No entanto, essa é uma atividade de alto impacto, por isso, é necessário ter acompanhamento médico e exames anteriores para sua realização;
- Natação: nadar é uma atividade de baixo impacto que além de ser refrescante, proporciona um treinamento completo para o corpo. Ela fortalece o coração, melhora a resistência cardiovascular e trabalha diversos músculos ao mesmo tempo.
4. Evite cigarro e consumo de bebidas alcoólicas
Evite cigarro e o consumo de bebidas alcoólicas, essas substâncias contribuem para o desencadeamento de doenças cardiovasculares como infarto e insuficiência cardíaca. O motivo é que essas substâncias causam danos às células do coração, além de estarem associadas a arritmias, estreitamento de artérias e elevação da pressão arterial.
5. Procure maneiras de reduzir o estresse
O estresse é uma resposta natural do organismo a situações de desgaste natural como uma rotina de trabalho corrida, compromissos, preocupações financeiras e problemas na vida pessoal. Tudo isso, pode desencadear situações estressantes que geram uma resposta hormonal, afetando a saúde física e mental.
Dentre os fatores de risco, o estresse é um dos mais prevalentes em todas as idades. Suas consequências são preocupantes, pois tem o potencial de evoluir para riscos graves, como: aumento de pressão arterial, ansiedade, insônia e esgotamento.
Esses sintomas tornam pessoas que vivem em estresse constante mais propensas a infartar e ter um acidente vascular cerebral (AVC). Nesse sentido, não há como eliminar todo o estresse da rotina, mas é preciso ter uma válvula de escape para se recuperar do estresse. Entre as atividades para diminuir o estresse, temos:
- Pratica exercícios físicos;
- Meditação e Mindfulness;
- Participar de sessões de terapia;
- Dedicar-se a hobbies e passatempos;
- Alimentar-se corretamente;
- Reservar momentos para tempo de qualidade.
Em suma, cultivar esses hábitos durante a rotina é algo que pode não só melhorar sua saúde cardiovascular, mas também proporcionar mais momentos de bem-estar.
Qual o melhor remédio para o coração?
Somente um médico pode indicar o melhor remédio para o coração, pois isso depende do diagnóstico, das condições específicas de cada paciente e dos fatores de risco envolvidos.
Medicamentos como anti-hipertensivos, anticoagulantes ou estatinas são amplamente usados no tratamento de problemas cardiovasculares, mas é essencial que o uso seja prescrito e monitorado por um profissional.
Além dos tratamentos convencionais, muitas pessoas buscam alternativas naturais para cuidar do coração, como suplementos à base de ômega-3, alho, ou até mesmo mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e exercícios físicos.
Outra opção que vem sendo explorada é o uso da cannabis medicinal, que possui propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar a regular a pressão arterial e o estresse, dois fatores diretamente ligados à saúde cardíaca.
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