Você sabia que a biodisponibilidade dos canabinóides pode ser impactada pela via de administração?
Existem estudos que apontam que ingerir o CBD com alimentos de altos níveis de gorduras pode aumentar a biodisponibilidade do canabinóide.
Neste artigo, abordaremos sobre importância da biodisponibilidade das substâncias encontradas na cannabis, demonstrando como as diversas formas de sua utilização possuem eficácias distintas.
Primeiramente, o que é biodisponibilidade?
A biodisponibilidade significa a velocidade e eficiência de absorção própria de maneira que o princípio ativo esteja disponível para realizar a ação farmacológica.
A eficácia de qualquer forma de utilização do CBD e dos demais canabinóides dependem da velocidade e quantia que estes chegam efetivamente até a corrente sanguínea, isto é, como o organismo humano absorve essas substâncias para que elas cheguem até o local de ação.
Assim, na medida em que estas moléculas chegam até o sangue humano, elas são transportadas para vários receptores do corpo e são capazes de produzir os seus efeitos.
Sabemos que as diversas formas de utilização do CBD e demais canabinóides têm biodisponibilidades diferentes, o que significa que a quantidade total de moléculas destes que atingem a corrente sanguínea varia de acordo com o método usado.
De acordo com pesquisas realizadas, uma parte destas substâncias são perdidas no transporte, isto é, a quantidade ingerida não é igual àquela que atinge a corrente sanguínea.
Exemplificando, a via mais eficaz para que uma substância administrada chegue até a corrente sanguínea é a intravenosa, pois esta tem uma biodisponibilidade de aproximadamente 100%.
Biodisponibilidade do óleo de CBD ingerido sublingualmente
A utilização sublingual do óleo carrega o CBD e demais canabinóides para a corrente sanguínea através da passagem pela mucosa localizada abaixo da língua.
Neste estudo publicado no National Center Biotechnology Information se constatou que a biodisponibilidade sublingual do óleo de CBD varia entre 12% e 35%.
Logo, ao ingerir 10mg de CBD através da ingestão de óleo de forma sublingual, cerca de 1,2 a 3,5 mg chegará à corrente sanguínea e produzirá os efeitos no organismo do paciente.
Biodisponibilidade do CBD ingerido de forma oral
Utilizar o CBD por via oral refere-se a ingestão de cápsulas do canabinóide ou dos comestíveis (balas, biscoitos, dentre outros).
Nesta forma de utilização, o CBD e demais canabinóides são levados para a corrente sanguínea através da passagem pela mucosa localizada no estômago.
Este artigo publicado no The Journal of Clinical Pharmacology aponta que a biodisponibilidade da administração oral de CBD varia entre 13% e 19%.
Os cientistas também descobriram que a utilização oral de CBD juntamente com alimentos com altos níveis de gorduras aumenta a biodisponibilidade do canabinóide.
Uma pesquisa realizada em 2019 comparou a absorção de CBD em pacientes com o estômago vazio com a situação em que foi tomada juntamente com um café da manhã rico em gordura.
O estudo descobriu que, em média, os níveis de CBD no sangue aumentaram quatro vezes quando alimentos com alto teor de gordura foram consumidos ao mesmo tempo que a dose de CBD
Biodisponibilidade dos canabinóides utilizados via nasal
A utilização via nasal é feita através de sprays que contém uma mistura de solução salina e dos canabinóides.
Nesta forma de utilização, a mucosa fina da pele nasal permite que princípios ativos passem facilmente e atinjam o fluxo sanguíneo.
Assim, os sprays nasais evitam a degradação dos princípios ativos no corpo, o que acontece com os comestíveis e outros métodos de ingestão oral.
Acontece que a absorção nasal de canabinóides ou qualquer outra substância varia de acordo com as condições da membrana nasal interna do paciente.
Por esta razão não localizamos nenhum artigo científico que demonstre a taxa de absorção em humanos para esta via de utilização.
Neste estudo publicado pela National Library of Medicine, o CBD foi absorvido por via intranasal em 10 minutos, com uma biodisponibilidade de 34 a 46%, exceto com a formulação 100% de polietilenoglicol em ratos.
Biodisponibilidade dos canabinóides utilizados na forma de vaping
A utilização dos canabinóides na forma de vaporização entra na corrente sanguínea através da passagem pelos pulmões.
Um estudo realizado em 2016 e chamado “Cannabis Medicinal: Validação In Vitro de Vaporizadores para Inalação sem Fumaça de Cannabis” comprovou o alto potencial de biodisponibilidade da cannabis nesta forma de utilização.
Esta pesquisa se concentrou na biodisponibilidade do THC e do CBD, testando cinco marcas conhecidas de vaporizadores.
Assim sendo, se comprovou que a biodisponibilidade dos canabinóides podem atingir de 50 a 80% nesta forma de utilização.
Biodisponibilidade do canabidiol utilizados na forma de tabagismo
Esta pesquisa realizada em 2018 descobriu que a biodisponibilidade do CBD após a utilização na forma de tabagismo era de 31%, o que significa que aproximadamente um terço do canabinóide atingiu a corrente sanguínea.
Biodisponibilidade dos tópicos (cremes e loções) de CBD
Esse método de utilização atuam apenas localmente na área onde a loção ou creme foi aplicado.
Não foi localizado estudo ou pesquisa que tenha medido a biodisponibilidade por essa via de utilização.
Conclusão
É importante esclarecer que este texto possui caráter apenas informativo.
Importante salientar que as formas de utilização de produtos derivados de cannabis que estão autorizadas no Brasil são aquela feita através da ingestão do óleo que contenha canabinóides ou através de spray nasal.
É imprescindível que o paciente possua uma receita médica para adquirir e fazer esse tipo tratamento.
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